A paisagem da ZPE de Castro Verde é dominada por planícies com suaves ondulações, que cobrem extensas áreas de baixa altitude (entre os 100 e os 300 m). Os vales de cursos de água e os afloramentos rochosos de quartezite marcam pontualmente a paisagem. O solo é pouco profundo, com muito pouca matéria orgânica, sendo descrito como “esquelético”. Nesta área predominam as práticas agrícolas extensivas, sendo o sistema agrícola tradicional baseado no cultivo extensivo de cereais de sequeiro num esquema de rotação com pousios, resultando num mosaico anual de searas, alqueives, restolhos e pousios. Os pousios são geralmente utilizados como pastagens para o gado ovino e bovino. Existem também montados de azinho, matos e pequenos olivais (in life estepárias).

Concelhos Envolvidos

Aljustrel, Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola e Ourique

Fauna

Durante o Inverno encontram-se importantes densidades de grous, abibes, tarambola-dourada e laverca. Há uma presença regular de aves de presa invernantes como o milhafre-real e o tartaranhão-azulado. Os pousios e pastagens são zonas importantes de alimentação para o abutre-preto, grifo, águia-imperial e águia-real. A diversidade e abundância de aves estepárias são responsáveis pelo estatuto de protecção deste local. É a área mais importante de Portugal para a conservação de aves estepárias, em particular da abetarda e do peneireiro-das-torres. Mais de 80% da população nacional de abetarda e 70% da população reprodutora de peneireiro-das-torres estão concentradas nesta região. É, sem dúvida, um local muito importante para a conservação do sisão durante a época reprodutora, pois ocorre aqui mais de metade dos machos reprodutores estimados para a espécie. Alberga também importantes populações de cortiçol-de-barriga-negra, calhandra-real, alcaravão e tartaranhão-caçador e é ainda uma área de reprodução da águia-de-Bonelli e a principal área de reprodução do rolieiro em Portugal (in life estepárias).

Texto por CU3AA